Brasileiro conquista o pódio da Maratona Rapa Nui no Chile



Fabrizio Scavassa, que corre com o grupo Mania de Corrida, foi o terceiro colocado na prova disputada na Ilha de Páscoa

Por Edmur Hashitani

O atleta Fabrizio Scavassa conquistou o terceiro lugar da Maratona Rapa Nui, disputada no início deste mês de junho na histórica Ilha de Páscoa, no Chile. A prova foi vencida por Mark Coopper, da Austrália, com o tempo de 3 horas e 23 minutos. A segunda colocação ficou com o chileno Alvaro Delgado. O brasileiro concluiu em 3 horas e 30 minutos e esta foi a primeira vez que o país chegou ao pódio da corrida.

Aluno da assessoria Ação Total e do técnico Rogério Silva, Scavassa conta que passou os últimos meses se preparando para a corrida chilena, que definiu como sua prova alvo. A preparação teve foco especial no ritmo de subidas, já que esta maratona é conhecida pela dificuldade na altimetria.

O corredor explica como foi sua rotina. “Eu treinei desde novembro para essa prova. Nesse intervalo, em fevereiro, eu fiz a Maratona do Vinho, que tem muita subida e eu sabia que podia servir como preparação”, conta e comemora o fato de não ter tido qualquer lesão ou contusão durante o preparo.

Para chegar o pódio, no entanto, não houve vida fácil. Além das dificuldades e peculiaridades do percurso, que conta com quase metade dos seus 42 km em subidas, faltou pouco para o atleta perder a prova.



Ele conta que perdeu o avião para o Chile na quinta-feira antes da prova em virtude do trânsito. Depois de conseguir remarcar o voo e sair de casa com cinco horas de antecedência na sexta-feira, uma manifestação na rodovia que liga São Paulo ao aeroporto quase o impede de embarcar novamente.

Já no Chile, Scavassa teve outro susto, quando a aeronave que o levaria à Ilha de Páscoa apresentou problemas técnicos e o voo foi adiado. Ele acabou chegando ao local da prova apenas no sábado, poucas horas antes da retirada do kit e do jantar oferecido pela organização aos participantes.

Para o atleta, todos os contratempos influenciaram no seu desempenho na prova, já que se alimentou mal e pouco dormiu até o sábado.



A Prova

Passados todos os problemas da viagem, sua participação na prova foi garantida. O que não significa que as dificuldades haviam acabado. Ele explica que cerca de dois quilômetros após a largada, o percurso têm cerca de 14 quilômetros consecutivos em subida, seguida de uma descida forte de 6 quilômetros. “Praticamente tudo o que a gente subiu em 13 ou 14 quilômetros, tivemos que descer em basicamente seis”, conta.

O atleta conta que, mesmo preparado para a prova, o pódio não estava em sua expectativa, mas ainda assim estava marcando os primeiros colocados. Apenas na marca dos 21 km ele percebeu que tinha chances, quando assumiu o quarto lugar.

Como sua preparação foi focada nas subidas, ele conseguiu desenvolver um ritmo forte nesses trechos e ultrapassou o segundo colocado. Depois, ficou sabendo que naquele momento, na verdade liderava a corrida. “No trecho de serra o americano que liderava tinha abandonado a prova e eu não sabia. Então eu estava liderando sem saber. Até veio a moto da polícia chilena me escoltar, mas eu achei que estavam vindo ver se estava tudo bem comigo”.

Quando chegou ao trigésimo quilômetro, no início de um novo trecho de descida, Scavassa sofreu com câimbras. Para não ter que desistir da prova, ele diminuiu o ritmo e chegou a caminhar enquanto massageava a perna. Quando conseguiu voltar a correr, estava na terceira colocação.

Faltando dois quilômetros para o fim, o brasileiro viu seu lugar no pódio ameaçado por um chileno que se aproximava rapidamente, tornando o fim da prova ainda mais emocionante. “Foi uma adrenalina, porque eu não podia apertar o meu ritmo, pois a câimbra iria voltar, então eu tinha que segurar meu ritmo e, ao mesmo tempo, dava um nervoso porque o cara estava aproximando. Mas no final terminei mais de um minuto na frente dele e cheguei na terceira posição”, comemora.



Depois da conquista inédita na Maratona Rapa Nui, Fabrizio agora irá descansar, mas assim que estiver liberado para os treinos, começará a se preparar para o próximo desafio. Segundo ele, desta vez a corrida deverá ser no Brasil, já que quer correr a Maratona de Foz do Iguaçu, em setembro.

“Pelo que ouvi, esta parece ser uma prova bem bacana, organizada. Ela larga ao lado da Usina de Itaipu e termina no Parque Estadual. Minha intenção é fazer para conhecer o percurso e conhecer um pouquinho do nosso Brasil. Pelas fotos, parece ser um lugar lindo, a gente vai correr do lado das Cataratas e está aqui perto, está aqui no Brasil. Vale até para a gente valorizar o que temos de melhor, que são nossas belezas naturais”, planeja o corredor.



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