Treinadores começam a receber boletos enviados pela Urbia para uso do Parque Ibirapuera: ATC-SP reforça oposição

 

Nos últimos meses, em busca de soluções, Associação dos Treinadores de Corrida de São Paulo avaliou e propôs mudanças no Termo de Adesão proposto pela concessionária que administra o Parque, mas não obteve retorno

 

São Paulo, fevereiro de 2025 – A polêmica da cobrança para o uso do Parque Ibirapuera acaba de ganhar um novo capítulo. Nos últimos dias, treinadores e assessorias esportivas – incluindo aquelas que não utilizam o parque regularmente – receberam e-mails da Urbia, gestora do parque, com boletos anexados e valores aleatórios (entre R$ 450 e R$ 1 mil), diferentes dos que constam no Termo de Adesão inicial, e prazo de vencimento de poucos dias. Não há informação sobre o critério para a cobrança ou a definição dos valores. A Associação dos Treinadores de Corrida de São Paulo (ATC-SP) reafirma sua postura contrária às tarifas para o uso do Parque Ibirapuera por treinadores e assessorias esportivas (ioga, treinamento funcional, corrida, futebol e demais modalidades) e reforça sua disposição ao diálogo e colaboração com a Urbia. Vale destacar que a legalidade da cobrança está sendo avaliada pelo Ministério Público e que a ATC-SP considera inadequado qualquer pagamento até que essa questão seja esclarecida.

 

A postura adotada pela Urbia preocupa a ATC-SP, pois se mostra impositiva e inviabiliza o diálogo para encontrar uma solução pacífica e justa. Além disso, a maneira como a cobrança vem sendo realizada expõe a falta de critério estruturado e transparente. Enquanto algumas assessorias receberam boletos de cobrança, outras não – o que reforça a ausência de um cadastro atualizado das empresas e profissionais que realmente utilizam o parque.  

 

Entre os meses de dezembro e janeiro, a ATC-SP buscou tratativas com a concessionária para alcançar um acordo quanto à cobrança. “Sempre nos mostramos disponíveis para encontrar caminhos que respeitem a legalidade e garantam o acesso democrático aos parques públicos. Nosso compromisso é com a prática esportiva acessível e justa para todos”, destaca Douglas de Melo, Diretor Presidente da ATC-SP.

 

Posição da ATC-SP

A Associação reforça que nunca foi contra a regulamentação do uso do Parque Ibirapuera ou de outros espaços públicos. Historicamente, tem atuado de forma colaborativa em planos diretores e reuniões com gestores municipais e a concessionária. No entanto, o posicionamento segue firme: a cobrança de taxas, nos moldes propostos pela Urbia, não pode ser aceita.

 

"A cobrança ilegal no Parque Ibirapuera cria um precedente perigoso para aplicação de taxas a outros grupos e usuários, algo incompatível com a natureza pública do parque", explica Vitor Rhein Schirato, advogado da ATC-SP.

 

A ATC-SP também reitera que nenhum contrato ou termo de aceite foi assinado por treinadores ou assessorias, o que torna infundada a emissão de boletos por parte da Urbia. Além disso, a Associação já manifestou formalmente sua intenção de dialogar e aguarda uma resposta da concessionária sobre os apontamentos feitos na proposta inicial.

 

Não está claro como a concessionária pretende organizar os cadastros de treinadores e assessorias esportivas e, principalmente, a fiscalização. Para convocação de treinadores para assinatura do termo de adesão no ano passado e agora para o envio dos boletos, a entidade tem se utilizado de uma listagem dos que se cadastraram e estiveram presentes anteriormente em reuniões com a Urbia.

 

A ATC-SP segue aberta ao diálogo, buscando defender os interesses dos frequentadores e treinadores do Parque Ibirapuera, e comprometida em encontrar soluções que garantam o acesso gratuito e justo aos espaços públicos.

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